domingo, 16 de outubro de 2011

Literatura


Literatura Infantil Brasileira


A literatura infantil é um fenômeno praticamente tão recente quanto a idéia de infância que temos hoje. Antes da ascensão da burguesia não havia livros de literatura específicos para os pequenos e, se eles quisessem ler, deveriam fazê-lo utilizando-se de textos adultos. Há obras que não foram produzidas para crianças, mas que se tornaram infantis por dialogarem com elas, enquanto outros textos foram produzidos especialmente para esse público. As características desse gênero são definidas por esses dois tipos de obras. Os primeiros livros produzidos particularmente para os leitores infantis são os do francês Charles Perrault, no final do século XVII. A partir daí, a criança torna-se o centro em torno do qual se move o processo de criação e de produção de obras infantis. Esse fenômeno marca o fim da “inexistência” da infância, pois com a Revolução Industrial, as crianças burguesas passam a representar papel importante na sociedade, já que precisam ser preparadas e capacitadas para o futuro, através da educação, a fim de enfrentar um mercado competitivo em rápida expansão. Esse é o contexto no qual surge a necessidade de pensar-se em livros infantis como instrumentos pedagógicos capazes de contribuir na formação dos indivíduos que comporão as classes dominantes do futuro. Os jovens devem ser preparados para serem vencedores em um mundo em constante disputa. Dessa forma nasce a literatura para crianças como um auxiliar das escolas na formação do pequeno cidadão em seu aprendizado dos valores capitalistas, ou seja, a literatura como um agente doutrinário. Esse novo gênero utiliza-se de diversos tipos de textos já existentes, que são adaptados para atender melhor às necessidades de formação da criança burguesa, tais como: lendas, mitos, cantigas, contos de fadas, etc., além das histórias de Andersen. Os contos de fadas são os que caem na preferência das crianças, pelo fato de distinguirem-se dos outros pela presença do elemento mágico. Essas narrativas, por um lado, pretendem manipular os pequenos leitores mostrando-lhes um padrão de conduta a ser seguido e, em contra-partida, oferece-lhes uma pluralidade de significados, ampliando e enriquecendo o universo infantil. Na atualidade, os critérios para que se considere um texto adequado à infância percorrem uma trajetória oposta, no que se refere ao caráter pedagógico da obra. Ela deve, sim, ser educativa, mas em um sentido amplo, libertador e jamais “catequizador”. A literatura infantil deve servir como elemento ordenador e estruturante do universo interior da criança. O surgimento da literatura específica para o público mirim no Brasil acontece no fim do século XIX. As primeiras obras publicadas para esses leitores eram traduções de autores estrangeiros que, aos poucos, começam a dividir o mercado com as obras nacionais que surgem. Esse desenvolvimento da literatura infantil serve de apoio para a formação de uma identidade nacional, já que é um período de profundas mudanças e de solidificação do capitalismo. Ao mesmo tempo, Começam a surgir autores preocupados com uma forma de expressão que seja verdadeiramente representativa do povo brasileiro, como Monteiro Lobato.




  Por: Samantha S. Farias

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